II. A INSTRUMENTALIDADE DA MÚSICA NA IGREJA
1. A música é um veículo
A músca é um veículo de comunicação anterior à palavra. O ritmo interfere em nossa estrutura muscular, altera nosso pulso cardíaco, nossa velocidade de marcha, ou nosso sistema respiratório. A melodia interfere poderosamente com as emoções humanas e pode levar pessoas da alegria às lágrimas ou da euforia à calma em poucos instantes. A harmonia interfere no esforço intelectual do ouvite para apreciar a música.
a) 1 Sm 18:7; 21:11; 29:5 – A música das mulheres de Israel provocaram uma revolução em Israel: A música chegou aos ouvidos de Saul e do povo e permaneceu influenciado o povo durante muito tempo. A música espalha a mensagem.
b) A música de Lutero – espalhou-se além de Wittembert para os leigos, componeses e pobres aldeões a mensagem da Reforma.
2. A música como comunicação do homem para Deus e de Deus para o homem
Se o homem fala a Deus através dos cânticos religiosos, também Deus pode falar ao homem por seu intermédio. Música é um bom veículo para o homem falar com Deus, mas também é eficiente meio para Deus falar ao homem.
3. A música como impressão
A música impressão tem como propósito um apelo emotivo sobre as pessoas. O objetivo não é comunicar uma mensagem, mas provocar um sentimento.
Agostinho: “Quando, às vezes, a música me sensibiliza mais do que as letras que se cantam, confesso com dor que pequei” (Confissões, p. 219,220).
Nas Institutas Calvino alertou para o perigo da música impressão. “Impõe-se diligentemente guardar que não estejam os ouvidos mais atentos à melodia que a mente ao sentido espiritual das palavras… cânticos que têm sido compostos apenas para o encanto e deleite dos ouvidos nem são compatíveis com a majestade da Igreja, nem pode a Deus não desagradarem sobremaneira” (Institutas III, p. 20,32).
4. A música como expressão
Olha para música não como fim em si mesmo, mas como instrumento, canal para comunicação de uma mensagem. Os textos são bem elaborados e escolhidos para que sua mensagem seja entendida e fixada.
O que despertou certa antipatia nos Reformadores e pais da igreja quanto ao uso de instrumentos na igreja é que a música não estava sendo instrumento para a mensagem, mas substituto dela. Era a música pela música. A música tinha uma função apenas de impressão.
A música deve ser serva do texto e não espetáculo em si mesma. Lutero dizia que a música deve ser sermão em sons.
Na igreja não espaço para execução da música como espetáculo; na igreja ela é serva da mensagem, veículo da mensagem.
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